O ser humano produz os espaços adaptando-os a suas necessidades. Assim os espaços têm um caráter social, visto que servem aos seres humanos por estes terem necessidades básicas: fome, frio, etc. Alguns espaços são movidos por forças produtivas econômicas que se inserem numa ordem maior envolvendo esferas de produção, transportes, relações ideológico-cuturais, etc.
Toda essa complexidade do espaço pode ser compreendida e notada num lugar. O lugar é uma unidade sensível, um espaço vivido e reconhecido que cria identidade. Possui um densidade técnica, de comunicação e informação, percebe-se nele o movimento da vida estabelecendo uma relação sujeito-objeto.
Dentre esses lugares os postos de abastecimento de combustível podem perfeitamente se enquadrar nas descrições acima. Quantos caminhoneiros e demais pessoas não usam os serviços desses lugares para abastecer e/ou realizar suas refeições. Em especial os caminhoneiros que muitas vezes usam o lugar para descanso, pernoitam, tomam banho. Algumas vezes até com a presença de suas esposas e filhos. Criando vínculos afetivos mesmos que por ali passem sem muita regularidade, às vezes fazem amigos, às vezes um aspecto ou outro chama a atenção numa quase infinita percepção entre a pessoa e o lugar.
Quem nunca parou num posto, foi até a lanchonete e ao restaurante e perguntou: em que cidade está este posto? Depois, faz um pequeno tour onde nota alguns artesanatos e produtos locais. Sai lá fora, dá uma olhada no movimento analisa o jeito das pessoas falarem, que dependendo da localidade muda o sotaque, e talvez até algumas compras são feitas.
A esses postos de abastecimento existem elogios e críticas. Alguns caminhoneiros que viajam com a família reclamam das más condições do banheiro. Outras pessoas, ligadas à organizações e sindicatos que defendem a classe, como é o caso de Norival de Almeida Silva, presidente da Sindicam-SP (Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo) diz que os postos pequenos não oferecem a estrutura necessária e os grandes e modernos oferecem um serviço muito caro. Ou seja, o necessário seria um meio termo. Para Norival o necessário para um posto de abastecimento é [...] "ter, no mínimo, um pátio organizado e seguro não só por causa do risco de roubo, mas também para que o motorista, se quiser, possa fazer a sua refeição, a sua economia” (Revista Carga Pesada).
Essas críticas e observações mostram os vínculos que muitas pessoas têm com esse tipo de lugar.
O posto de abastecimento que se nota nessas fotos vão ao encontro do raciocínio de Norival. Possuem o básico, sem luxo demasiado, mas com estrutura funcional. Nota-se um restaurante completo com preços acessíveis, lanchonete, pátio para descanso e banheiros.
O ponto positivo fica por conta da refeição, do cafezinho gratuito, independente se você comer alguma coisa ou não e do amplo pátio.
O ponto negativo fica com os banheiros que mereciam estar um pouco mais limpos, mas são usáveis tanto por homens como por mulheres.
Referências:
Brasil. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: Ministério da Educação, 1999.
MOREIRA, Ruy. Pensar e ser em geografia: ensaios de história, epistemologia e ontologia do espaço geográfico. São Paulo: Cantexto, 2007.
Obs. : não se trata de um post patrocinado. Poderia até ser, mas não é. Trata-se de um lugar onde eu tenho algum vínculo, pois dali já usei os serviços algumas vezes.
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