06 abril 2008

Mohenjo Daro - a colina dos Mortos.



Imagem: File Foto.
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Se há 4.500 a.C. anos estivéssemos no Mar Arábico e subíssemos o rio Indo por alguns quilômetros, onde hoje se encontra o Paquistão na Península Indiana, encontraríamos muitas aldeias agrícolas e cidadelas no que pareceria um cenário ideal para surgir dali uma cidade de muito destaque naquela região, e, eis que surge: Mohenjo Daro.
Só foram tomar conhecimento de suas ruínas nas primeiras décadas do século XX e após as análises iniciais constatou-se que ali por volta de 4.500 - 3.000 a.C. existiu uma extraordinária cidade que era: “composta de casas espaçosas de dois e mais andares, que, com sua base de 70 a 150 metros quadrados superavam em muito as medidas da construção residencial social de nossos dias.” (WOLF, Schneider, [1960 - s/d]. p.43.)
Como boa parte das cidades daquela época, ela era o reflexo de uma grande civilização que, ao tudo indica, polarizava uma vasta região do Indo. Possuía celeiro público e torres que eram construídas com tijolos cozidos e uma avenida o sentido norte sul que media 800 m de comprimento por 11 de largura. Havia casas de banhos com água aquecida e um sistema de esgoto que até então deveriam ser os únicos no mundo.
Pelas ruínas existentes estudiosos calculam que a população de Mohendo Daro deveria ser algo em torno de 70.000 hab., para o mundo da época, uma população considerável. O artesanato da cidade nos dá prova que os habitantes dali eram exímios artesãos e dominavam considerável tecnologia. Fabricavam vários utensílios domésticos e armas adornadas com cobre, bronze, prata e ouro; também notaram o emprego do vidro.
Tudo indica que o povo de Mohendo Daro manteve relações comerciais com povos da Mesopotâmia. Porém muita coisa da cidade permanece indecifrável como sua escrita e a falta de relatos e lendas que esclareçam o surgimento e o desaparecimento dessa cidade que dominou o vale do Indo milênios antes de Cristo.
Depois de um grande florescimento, por volta de 1.500 a.C. a cidade teve um fim violento. Provavelmente foi conquistada e destruída pelos arianos, povo nômade e com uma certa aversão à cidade, que já vinha ganhando espaço através de conquistas na Pérsia.
O nome Mohenjo Daro, pelo que consultamos, significa algo entre: Lugares dos Mortos, Colina dos Mortos. Um povo, uma cidade e uma história para se aprofundar e descobrir muitas coisas. Do que foi uma cidade com um admirável sistema de esgoto, o qual proporcionava sanidade pública, às vezes melhor que muitas cidades de hoje, restam apenas ruínas. Que elas nos revelem mais dessa civilização tão interessante.
Referência bibliográficas.
WOLF, Schneider. De Babilônia a Brasília. 2ed. [trad. Guttorm Hanssen] São Paulo: Boa Leitura, [1960 - ?]. pp.43-45.
WHEELER, Sir Mortimer.Índia e Paquistão. 20 vol.[trad. Tomé Santos Júnior] Lisboa:Editorial Verbo, 1970. pp.96-221.

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