Grandes cidades da região norte do Brasil - Belém a metrópole da Amazônia.

Publicado originalmente no Portal ImDiv.

Importante porto fluvial e centro de comércio do Norte do Brasil, Belém é a porta de entrada de uma das mais vastas regiões da América do Sul e a verdadeira metrópole da Amazônia.

Capital do estado do Pará, Belém localiza-se na baía de Guajará, junto ao rio Pará e perto da foz do rio Guamá, a cerca de 120km do oceano Atlântico. As águas da baía são bastante calmas, ao contrário do que acontece com as da embocadura do Amazonas. Por isso, passa por seu porto toda a navegação que se destina ao interior da Amazônia ou que dela provém. A cidade está edificada sobre um terraço antigo, caracterizado pela planura, numa altitude entre 6 e 14 metros acima do nível do mar.

Situada próximo à linha do equador, seu clima é quente e úmido, com temperatura média anual de 27º C e variação térmica de 2º C entre o inverno e o verão. As chuvas são freqüentes e abundantes, não havendo estação seca. Como conseqüência direta do clima, a região de Belém é coberta por floresta de tipo equatorial, o que se nota ainda em seus arredores.

O desenvolvimento de Belém foi lento e durante um longo período a região foi apenas um obscuro povoado. A partir da segunda metade do século XIX, sua população cresceu. Dois fatores concorreram para a expansão demográfica da cidade: a abertura do rio Amazonas à navegação internacional, em 1867; e o surto de desenvolvimento provocado pela exportação da borracha, entre 1870 e 1910.

Belém funciona como posto receptor de mercadorias destinadas à exportação (madeiras, castanha-do-pará, pimenta-do-reino, fibras, sementes oleaginosas, couro e cacau) e como centro importador para a Amazônia. Apresenta por isso comércio e rede bancária desenvolvidos. No setor industrial, sua posição é pouco relevante se comparada com os grandes centros da região Sudeste. Predominam as indústrias de alimentos e bebidas, beneficiamento de madeiras, fumo, borracha, têxteis, metalurgia, mobiliário, couros, produtos químicos e farmacêuticos, bem como a atividade pesqueira.

O município dispõe de rodovias importantes, como a Belém-Brasília e a Belém-Bragança, que percorre a zona Bragantina, principal área agrícola da região. Por via aérea, Belém liga-se com o restante do país e com o exterior por meio do Aeroporto Internacional de Val-de-Cans.

História. Com objetivo de defender a região amazônica contra invasores estrangeiros, Belém foi fundada em 12 de janeiro de 1616 por Francisco Caldeira de Castelo Branco, que ali construiu um forte, a que denominou Presépio. A sua volta, surgiu um núcleo de povoamento, conhecido como Feliz Lusitânia, mais tarde Nossa Senhora de Belém do Pará e posteriormente Santa Maria de Belém do Grão-Pará.

Em 1720 foi criado o bispado do Pará e em 1755 fundou-se a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão. Além de posto de defesa, o povoado começava a firmar-se como centro comercial e de abastecimento, bem como ponto de partida de expedições para o interior em busca das famosas drogas do sertão. Os lucros obtidos com a borracha contribuíram para formar e desenvolver a nova metrópole: calçamento, luz elétrica, rede de esgotos, bondes elétricos, construção do Teatro da Paz e abertura de novas ruas. Com a decadência econômica da borracha, sobreveio um período de estagnação, mas na segunda metade do século XX a cidade retomou seu desenvolvimento.

Cultura. Belém é o mais influente centro cultural da região Norte. Ali está sediada a Universidade Federal do Pará, além da Escola de Agronomia da Amazônia e da Escola de Enfermagem Magalhães Bastos. O Museu Emílio Goeldi pesquisa a fauna, a flora, a etnologia e a geologia regionais; o Instituto Evandro Chagas dedica-se ao estudo de doenças tropicais; e o Instituto Agronômico do Norte estuda o desenvolvimento da agricultura e pecuária.

Além de suas belezas naturais, Belém possui vários monumentos históricos. A maior atração turística consiste na festa do Círio de Nazaré, que se inicia na noite do segundo sábado de outubro, com a procissão da trasladação, em que a imagem de Nossa Senhora de Nazaré é levada à catedral. No domingo realiza-se o Círio, enorme cortejo de fiéis e clérigos, que empunham tochas e velas acesas. Os festejos duram 15 dias. Segundo os historiadores, a tradição remonta a 1793.

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