O lugar é:
Fazenda Manoel Amaro.
Localizada no município de Cravinhos-SP, dista 12 Km da cidade, na rodovia Cravinhos-Serrana, foi grande produtora de café no início do século XX.
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Em nossas fontes pesquisadas encontramos o nome desse lugar grafado como Fazenda Manoel Amaro e como Posse da Figueira. O nome Manoel Amaro vem do nome do proprietário da Fazenda, Manoel José Alves do Valle, que cedeu as terras da sua fazenda chamada Posse da Figueira para a construção de uma estação ferroviária.Em 1910, foi inaugurada a Estação Manoel Amaro, cremos que a partir da construção dessa estação é que a Fazenda Posse da Figueira passou a ser conhecida como Manoel Amaro.
A estação foi projetada no Km 14.831 pela E. F. Vicinal de Ribeirão Preto, ferrovia particular que foi encampada pela Mogiana. Estava no ramal Jandaia que nascia em uma outra estação chamada bifurcação, esta no ramal Cravinhos-Serrana. A construção dessa estação comprova uma produção de café relevante para a época. Ela foi destivada em 1956.
A Revista Cravinhense editada em 1954, traz uma reportagem dessa fazenda (grafada como Fazenda Manoel Amaro) onde diz que outrora a fazenda dava exclusividade à produção de café e em 1954 já tinha cedido à cana-de-açucar mas, ainda o café era de significativa importância . Por esse ano [1954] a propriedade era de Dna. Isolina Ferraz do Valle e Filhos, com área total de 735 alqueires, uma das maiores do município, com 300 alqueires cultivados e o restante com pastos e reservas florestadas.
Ainda segundo a Revista Cravinhense a fazenda : "Está bem aparelhada [...] no setor da mecanização agrícola. Cinco tratores, sendo dois de esteiras e três de rodas pneumáticas, além da enxada rotativa já por nós referida, são um grupo capaz de corresponder, satisfatóriamente, a todas as necessidades da gleba cultivada" . Possuía duas construções residenciais ótimas, sendo uma na Barrinha e outra na Manoel Amaro ocupadas pelos co-proprietários dirigentes do estabelecimento.
No ano que a reportangem foi feita a fazenda tinha 76 casas na colônia onde residiam 81 famílias, cerca de 200 trabalhadores permanentes, sem contar os indiretos. Tudo isso com uma estrutura de:"máquina de beneficiar café, idem de arroz, tulhas para café, serraria, estábulos, paióis, chiqueiro, terreiros para secagem de café e, ainda, olaria."
Estive no local e pude comprovar a pretéria opulência. Muitas construções ainda bem conservadas, há ainda muitas casas de colônia, nota-se um maquinário abandonado e uma grande construçõe que, pressuponho, seja a antiga tulha, uma capelinha completa o cenário que nos remete ao passado saudoso.
Essa grande construção feita com tijolos à vista de ótima qualidade possui alicerce de rochas basálticas, as portas e as janelas são sustentadas por arcos. Ao que parece a cobertura foi reformada com telhas mais modernas.
Não foi possível explorar por dentro, do lado oposto há uma serra e maquinás de beneficiar café, supomos que no interior dessa construção havia outros tipos de máquinas.
Residência na Fazenda Manoel Amaro.
Essa residência, em foto na p. 113 da Revista Cravinhense, mostra uma casa residencial na fazenda. Atualmente, essa construção não está à vista. Há cercas que nos impedem de explorar melhor todo conjunto arquitentônico do local.
Casa de colônia da Fazenda Manoel Amaro.
Há mais no local. Estão relativamente bem conservadas, ao explorá-las melhor nota-se que houve pessoas moranda ali há pouco tempo.
Antiga casa das máquinas da Fazenda Manoel Amaro.
Nota-se no local algumas máquinas antigas, no detalhe da foto uma esteira.
Capela na Fazenda Manoel Amaro.
Há muito mato ao redor dessa capela, mas está relativamente bem conservada. Próximo a ela existem nascentes que correm rumo ao riacho nas proximidades do local.
Estação Manoel Amarao.
Construída em 1910 e desativada em 1956. Muito bem conservada! Tudo indica que o propriétario atual está conservando-a sem alterar a fachada original. Notamos que o telhado foi reformado com telhas recente.
Antigo Maquinário.
Máquina de beneficiar café, movida à vapor. Lê-se: "Machina Zaccaria, modelo colonial".
As instalações do maquinário desta fazenda se apresentam muito deterioradas, mas pode-se notar que para época era muito modernizado.
Aspectos do antigo maquinário.
Apesar de estar muito deteriorado nota-se que ali havia uma serra (provavelmente movida à vapor) que deviam cortar madeira para outras instalações da fazenda.
Fontes:
Revista Cravinhense. 22 de julho de 1954, edição comemorativa do IV centenário da cidade de São Paulo no 57º aniversário de Cravinhos.
Revista A Tribuna Regianal. Edição histórica, 19 de março de 2004.
http://www.estacoesferroviarias.com.br/m/manamaro.htm
As fotos fotos, exceto a que tem indicação da fonte, foram tiradas pelo autor.
Nota de agradecimento:
À Francisco José Cavalcanti da Silva, diretor responsável e proprietário da revista e do jornal A Tribuna Regional de Cravinhos, por ter cedido a Revista Cravinhense.
2 comentários:
NOSSA COMO ESTA CONSERVADO O LUGAR ONDE NOSSAS ANTEPASSADOS VIERAM EM BUSCA DE TRABALHO,FUGINDO DE GUERRAS,FOMES E TB DOENÇAS.FAZENDO PESQUISAS NO MEMORIAL DO IMIGRANTE PUDE SOLICITAR UM DOCUMENTO DE DESEMBARQUE E DESCOBRI QUE MEUS BISAVÓS VIERAM PARA TRABALHAR NA FAZENDA MANOEL AMARO - CRAVINHOS 1912,E COMO GOSTARIA DE TER FOTOS DOS TRABALHADORES DA ÉPOCA.NASCI,CRESCI EM RIBEIRÃO PRETO PERTO DE CRAVINHOS,AGORA MORANDO EM SP ESTOU FAZENDO GENEALOGIA DOS MEUS ANTEPASSADOS.QUE BOM QUE TEMOS UM SITE PARA SENTIR UM POUQUINHO DA EXPECTATIVA E EMOÇÃO DE QD ELES CHEGARAM NÃO FALAVAM O PRTUGUÊS UM OUTRO PAÍS .QUE MARAVILHA!OBRIGADA
Olá Alexandre, estou há algum tempo procurando informações sobre meus antepassados e achei seu blog muito valioso para minhas pesquisas e gostaria de trocar informações contigo ou outra pessoa, meu ancestrais a família JODAS vieram da Espanha em 1896 e se estabeleceram na região de Cravinhos, mas não sei qual fazenda. Gostaria de saber se só existiu a Fazenda de Manoel Amaro ou se existiu outras na época.
Obrigada aguardo seu retorno
Aparecida Jodas Spirandelli
aparecidaspirandelli@hotmail.com
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