11 outubro 2009

Capelas e Igrejas do estado de São Paulo

Pretendemos aqui divulgar algumas capelas e igrejas do estado de São Paulo. Uma das linhas de publicação desse espaço online é dar evidência aos lugares que pouco são divulgados na mídia em geral, normalmente pequenas localidades que quando se escreve sobre elas não há viabilidade econômica, visto que atende um público bem específico e, às vezes, limitado.
Uma distinção se faz necessária. De posse de um dicionário [1] vimos que o termo capela refere-se a um pequeno edifício religioso que possui apenas um altar, enquanto igreja é usado para um edifício maior com mais de uma capela em em seu interior, ou seja, possui mais altares.
As igrejas, de modo geral, possuem um pároco e nelas são realizadas constantes missas dentre outras atividades que a mantém, as capelas, muitas delas (pelo menos aquelas que vamos divulgar) são menos lembradas. Sendo algumas até abandonadas.
Segundo Vladimir Benincasa, em sua dissertação de mestrado [2], as capelas começaram a se proliferar no Brasil "as capelas externas começam a se proliferar no âmbito das fazendas paulistas da região de Araraquara e São Carlos, a partir de 1890,com a chegada dos imigrantes europeus. Até então, elas praticamente inexistiam nas fazendas dessa região citada." Entendemos que elas foram por muito tempo localizadas no interior das casas das fazendas, quanto às construções das capelas para fora das casas, seguia uma estratégia para atender um público local, que vinha crescendo, essas capelas evitavam que os colonos e ex-escravos fossem à cidade, onde poderia ser um espaço de informações e críticas ao sistema vigente.

Ainda para Benincasa "São edificações de valor mais referencial, em geral não muito grandes, construídas quase sempre próximas ao conjunto central de edifícios" [3].
Notemos-nas.
Capela de Monte Belo.
Monte Belo é um bairro rural de Nova Aliança, região de São José do Rio Preto. A localidade chegou a ser distrito de São José do Rio Preto e possuiu em torno de 6.500 hab. na década de 1920, segundo fontes, a malária desimou a população local.
Houve outra capela antes dessa, um pouco maior. A da foto é um construção mais recente. [4]




Igreja Santa Genoveva. Orlândia.
Orlândia é um município da região de Ribeirão Preto, dista desta 60 km. Possui 36.149 hab.
A construção da igreja foi iniciada em 1908.





Capela Santo Antônio. São Simão.
São Simão é um município da região de Ribeirão Preto, distante desta uns 40 Km, possui 13.781 hab. É um município muito antigo, a cidade de Ribeirão Preto já pertenceu a São Simão.





Igreja Matriz São Luiz Gonzaga. Cedral.
Cedral é um município próximo a São José do Rio Preto, uns 15Km desta.
Cidade de 7.607 hab. típica de interior, muito agradável e bem servida de rodovias e ônibus que a conectam à Rio Preto.



Aspecto da fachada da igreja São Luiz Gonzada, matriz de Cedral.








Capela de Nova Itapirema.
Nova Itapirema é um bairro de Nova Aliança, região de São José do Rio Preto, distante desta 40 Km. Essa localidade começou a surgir quando Monte Belo (citado no início) começou a entrar em decadência, a população de Monte Belo, em grande parte, mudou-se para Nova Itapirema.




Capela na região rural de Ribeirão Preto.
Totalmente em ruínas! Não sendo possível (pelo menos para mim) identificá-la.
Há outras construções em ruínas próximas a essa capela, porém, ao que tudo indica, essas construções não foram feitas na mesma época que a capelinha, são mais recentes que ela.





Detalhes da capelinha abandonada.
Ao que tudo indica e fazendo uma alusão aos escritos de Vladimir Benincasa, essa capela pertenceu a alguma fazenda da região e há tempo está abandonada.
Hoje o mato cresce ao seu redor em um pouco mais em volta um mar de cana-de-açúcar.
Veja a localização dela no google maps.




Capelina abandonada na Fazenda Manoel Amaro, município de Cravinhos.
Essa fazenda dista 10 quilômetros da cidade, foi uma grande produtora de café da região. Ainda permanecem lá maquinários antigos e casas de uma antiga colônia. Veja mais informações sobre a Fazenda Manoel Amaro. Clik aqui.
Fontes:
[1] Dicionário Larousse da Língua Portuguesa. (coordenação Diego Rodrigues e Fernando Nuno) São Paulo: Larousse do Brasil, 2005.
[2]e [3] BENINCASA. Vladimir.Fazendas paulistas: arquitetura rual no ciclo cafeeiro. Tese de Doutorado. USP - São Carlos, 2007. pp.177-188.
[4] Fantasma do abandono cerca velhos vilarejos da região. Diário da Região. São José do Rio Preto, 13 Ago. Suplemento especial.
Foto da Igreja Santa Genoveva:http://www.orlandia.sp.gov.br/historia.htm
Demais fotos são do arquivo pessoal de Alexandre de Freitas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostaria de esclarecer um equívoco em seu texto, que envolve meu nome: o que escrevi em minha dissertação de mestrado (não tese!) foi que as capelas externas começam a se proliferar no âmbito das fazendas paulistas da região de Araraquara e São Carlos, a partir de 1890,com a chegada dos imigrantes europeus. Até então, elas praticamente inexistiam nas fazendas dessa região citada.

Vladimir Benincasa

Alexandre de Freitas - graduado e pós-graduado em ciências humanas. disse...

Caro Vladimir Benincasa, fico honrado e agradecido pela sua correção em seu comentário.
Procurei mudar o texto para evitar equivocos que reflitam em seu nome.
Aproveito o ensejo para parabenizá-lo por tão sinificativa dissertação de mestrado.
Com altas considerações, Alexandre de Freitas.

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