15 dezembro 2009

Um lugar!

Afinal, o que é um lugar? Falamos: Você vai aquele lugar? De que lugar você é? Que lugar bonito!
Para a Geografia o lugar é uma unidade sensível. É uma porção do espaço onde se passa a vida, onde desenvolvemos vínculos afetivos, que incluem lembranças do passado, fatos que aconteceram, coisas que marcaram nossas vidas.
Diante disso tem uma extensão subjetiva. Um lugar pode ter significados diferentes dependendo da cultura, da pessoa e de suas formas de pensar, sentir e agir ou ainda, de como foi nossa experiência ali. Os conflitos ou a felicidades que enfrentamos em determinado lugar dá características a ele. É assim que às vezes lembramos com saudosismo daqueles lugares onde passados a infância e a juventude e não gostamos de lembrar, por exemplo, de uma indústria onde trabalhamos e ali fomos explorados e oprimidos.
A mesma afeição e familiaridade que temos com alguns objetos pessoais podemos desenvolver por certos lugares. Pegamos como exemplo nossa casa, nela nós sentimos mais à vontade que em qualquer outro lugar. Ampliamos esse sentimento para nossa bairro, é ali que conhecemos muitas pessoas com as quais vivemos e guardamos referências de nosso passado. Sentimento dessa natureza se aplicam também para uma cidade - essa é a minha cidade, sou filho de tal cidade, foi lá que nasci lá quero morrer, etc - essa ampliação chega ao nível do patriotismo, quando nos vangloriamos de morar num determinado país.
Vê-se, dessa maneira, que apesar de imaginarmos um espaço próprio, dimensionalmente reduzido, pois é mais fácil de manter vínculos, ele pode ser ampliando conforme nossa referência.
Um exemplo, uma pessoa que mora em São Paulo (cidade) dificilmente terá vínculos com a cidade como um todo, seus vínculos se estabelecerão em uma teterminada região. Enquanto uma pessoa que mora em uma cidadezinha do interior terá mais facilidade de desenvolver vínculos por toda sua extensão.


Analisem as fotos.


A princípio elas não querem dizer nada para o leitor.

Essa igrejinha foi contruída em 1.888, fica na cidade de Cravinhos-SP, no começo de 2.009 parte dela foi ao chão.
Os mais jovens não ligaram muito com o ocorrido, os moradores mais velhos choram. Diziam que ali se casaram, que requentavam a missa naquele lugar e que os primeiros namoros aconteceram na praça da igreja.







Essa outra foto, aparentemente está totalmente desconexa.
Trata-se da janela do meu quarto em um apartamento onde morei.
Essa era a visão que eu tinha ao abrir a janela, por várias vezes com um binóquio eu analisava o que se passava no canavial que se vê ao fundo da imagem.


Essa é a igreja matriz de Cedral, cidade do interior de São Paulo, na região de São José do Rio Preto.
Ali, quando criança, fui muitas vezes com o meu avô ao cair das tardes, onde ficávamos até o anoitecer. Os curiangos davam razantes nos insetos que circulavam as luzes que tinham acabado de acender.
São esses tipos de referências das quais os lugares são dotados, de caráter subjetivo e pessoal. Por isso o significado deles se difere de pessoa para pessoa.
Referências.
Brasil, Ministério da Educação. Parâmetos Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: Minestério da Educação, 1999.
TUAN, Yi-Fu. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente.[trad. Livia de Oliveira] São Paulo: Difel, 1980.
Fotos: Alexandre de Freitas.
Tenha mais inforamações sobre a Igreja da foto desse post.

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