As cidades surgiram no Brasil margiando o litoral com funções de portos ou fortificações, a cidade se definia aqui pela função político-administrativa, historicamente foi sede do poder municipal.
A coroa portuguesa proibia a fundação de cidades no interior do Brasil sem autorização real. Com a economia baseada da exploração agrícola elas eram fundadas em sítios onde havia baias e enseadas que facilitavam a construção de portos, surgiam espontaneamente e não obedeciam um críterio de traçado, em contraposição com as cidades da América espanhola, onde essas, via de regra, eram feitas em tabuleiros de xadrez. Aqui era o quadro natural que definia o traçado das cidades.
Essa característica, onde predominava a fundação de cidades litorâneas, imperou na época colonial, suportando algumas exceções como São Paulo e Curitiba. Que mesmo não sendo litorâneas estavam ligadas a um porto que exportava produtos agrícolas.
As cidades se interiorizaram no Brasil com a mineração. Nesse período surgiram cidades como Vila Boa (hoje Goiás), Cuiabá e Ouro Preto. Mas esse processo de interiorização ocorria de forma descontínua, apesar de Ouro Preto ter ganhado projeção como uma das maiores cidades da América na época.
Um dos grandes surtos de urbanização que culminou com a fundação de muitas cidades no Brasil ocorreu no século XIX. Contribuiu para que isso fosse possível vários fatores que se relacionavam entre si, dentre eles: a independência do Brasil, a expansão da Revolução Industrial que imponha, de certa forma um estilo de vida mais urbano, a borracha no Amazonas, o café no Sudeste e o comércio de gado no Nordeste.
Algumas cidades fundadas no período colonial.
São Vicente, Santos, São Paulo, Salvador, Olinda, Penedo, Ilhéus, Rio de Janeiro, Paranaguá, Itu, Parnaíba, Jundiaí, etc.
Algumas cidades fundadas no século XIX.
Campina Grande, Feira de Santana, Blumenau, Caxias do Sul, Araraquara, Bauru, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, etc.
Fonte:
ROSS, Jurandyr L. Sanches. (org) Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1998.
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